21 dezembro 2011
19 dezembro 2011
Técnica de estimulação do cérebro pode reverter Alzheimer
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Acreditava-se que o encolhimento do cérebro, a deterioração de suas funções e a perda de memória associados ao Mal de Alzheimer eram irreversíveis. A equipe da Universidade de Toronto, no entanto, está usando uma técnica conhecida como Estimulação Cerebral Profunda, que envolve a aplicação de eletricidade em certas regiões do cérebro.
Em dois pacientes, o processo esperado de deterioração da área do cérebro associada à memória não apenas foi revertido como também voltou a crescer. As conclusões do estudo foram anunciadas durante uma conferência da Society for Neuroscience em Washington, nos Estados Unidos, em novembro, mas ainda não foram publicadas.
A Estimulação Cerebral Profunda vem sendo usada em milhares de pacientes com Mal de Parkinson e, mais recentemente, Síndrome de Tourette e depressão. No entanto, não se sabe ainda com precisão como a técnica funciona.
O procedimento é feito sob anestesia local. Um exame de ressonância magnética identifica o alvo dentro do cérebro. A cabeça é mantida em uma posição fixa, uma pequena região do cérebro é exposta e eletrodos são posicionados próximo à região do cérebro a ser estimulada. Os eletrodos são conectados a uma bateria que é implantada sob a pele perto da clavícula.
Comentando o novo estudo, o professor John Stein, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, disse: "A maioria das pessoas diria que não sabemos por que isso funciona". A teoria de Stein é que, no Mal de Parkinson, células do cérebro ficam presas em um padrão de descargas elétricas seguidas por silêncios e, depois, novas descargas.
A estimulação contínua e em alta frequência perturbaria esse ritmo, sugere o especialista. Ele admite, no entanto, que "nem todo mundo aceitaria essa descrição".
Mistério
Sabe-se ainda menos sobre que papel a estimulação do cérebro poderia ter sobre o Mal de Alzheimer. Na doença, a região do cérebro conhecida como hipocampo é uma das primeiras a encolher. Nela funciona o centro de memória, convertendo memória de curto prazo em memória de longo prazo.
Danos a essa região produzem alguns dos primeiros sintomas do Mal de Alzheimer: perda de memória e desorientação. Nos estágios finais da condição, células morreram ou estão morrendo em todo o cérebro.
O estudo canadense envolveu seis pacientes com a condição. A estimulação foi aplicada ao fórnix, a parte do cérebro que leva mensagens ao hipocampo.
O chefe do estudo, Andres Lozano, disse que o grau esperado de encolhimento do hipocampo em pacientes com Alzheimer é em média 5% ao ano. Após 12 meses de estimulação, um dos pacientes teve um aumento de 5% e, outro, 8%. "Quão importantes são esses 8%? Imensamente importantes. Nunca vimos o hipocampo crescer em (pacientes com) Alzheimer em nenhuma circunstância", disse Lozano à BBC. "Foi uma descoberta incrível para nós. Esta é a primeira vez que se demonstra que a estimulação do cérebro em um ser humano faz crescer uma área do seu cérebro."
Em relação aos sintomas, o especialista disse: "Um dos pacientes está melhor após um ano de estimulação do que quando começou, então seu Alzheimer foi revertido, digamos assim".
Lozano disse que experimentos feitos em animais demonstraram que esse tipo de estimulação pode criar mais células nervosas. Stein disse estar "muito animado" com os primeiros resultados, mas o fator crítico seria poder demonstrar "se suas memórias melhoraram".
Milhares de pacientes com Mal de Parkinson já foram tratados com Estimulação Cerebral Profunda. A médica Marie Janson, da entidade beneficente britânica Alzheimer's Research UK, disse que seria significativo se o encolhimento do cérebro pudesse ser revertido. "Se você pudesse retardar o começo do Alzheimer por cinco anos, você cortaria pela metade o número de pessoas afetadas".
Para testar se a técnica está realmente funcionando e se assegurar de que o resultado obtido não foi um simples acaso, a equipe canadense vai fazer uma pesquisa maior.
"Uma palavra de cautela é apropriada, isto é apenas o princípio e um número muito pequeno de pacientes está envolvido".
Em abril, os pesquisadores pretendem inscrever cerca de 50 pacientes com grau médio de Alzheimer. Todos terão eletrodos implantados, mas apenas metade terá os aparelhos ligados. A equipe vai comparar os hipocampos dos dois grupos para verificar se existem diferenças.
Eles estão estudando especificamente pacientes com graus leves de Alzheimer porque dos seis pacientes estudados, apenas os dois que tinham sintomas leves melhoraram. Uma teoria que estão considerando é que após um certo grau de danos, pacientes atingem um ponto a partir do qual não existe retorno.
IN: http://www.correiodoestado.com.br/noticias/tecnica-de-estimulacao-do-cerebro-pode-reverter-alzheimer_133663/ acessado em 19.12.2011
15 dezembro 2011
Por que atravessar portas atrapalha a memória
Experimento realizado na Universidade de Notre Dame revela que cruzar portas provoca o esquecimento
Planta-baixa do ambiente de testes do laboratório de Notre Dame
Salas/corredores virtuais de R.V.
De acordo com os registros históricos, o poeta Simonides introduziria aos
antigos tratados da retórica romana um sistema para que se memorizassem vastos
montantes de dados através da associação, organização e recuperação de
informações com determinados ambientes espaciais. Nesse caso, uma intrincada
construção arquitetônica de ambientes e detalhes, envolvendo símbolos, imagens,
personagens, caracteres, sensações e canais sensoriais.
13 dezembro 2011
Mude sua atitude
Por Jairo Marques, 37, jornalista pela UFMS e pós-graduado em jornalismo social pela PUC-SP. Trabalha na Folha desde 1999. É colunista do caderno "Cotidiano"
Na semana passada, compartilhei com meus amiguinhos dos Facebook uma imagem que teve uma repercussão “zigante”. As pessoas se revoltaram, se solidarizaram, se emocionaram e cobraram mudança de atitude diante da cena...
Para quem não viu a foto, segue abaixo. O povo cego, eu já conto do que se
trata...
Pois bem, Antônia Yamashita é a mãe que empurra o filho Lucas, que é pczão (tem
paralisa cerebral), em uma estação de metrô.O trem chega, ela se direciona ao vagão preferencial (com um pouco mais de espaço livre para acomodar uma cadeira de rodas) e é praticamente atropelada pela multidão.
Na foto, Antônia parada em frente à porta do Metrô e ninguém, nenhuma alma, abre espaço para que ela entre com o filho, um garoto com mais ou menos oito anos de idade. Todos, porém, observam ela e Lucas com cara de piedade.
Todo mundo sabe que o transporte público da cidade é caótico. Era final de tarde, muita gente saindo do trabalho viajando com suas próprias preocupações.
O que a dupla viveu, milhares de pessoas com deficiência vivem diariamente. O tal “serumano” tem uma dificuldade ímpar de reconhecer uma situação de desvantagem do próximo e dar a ele uma chance mínima de igualdade.
Na consciência das pessoas de bem, parece claro que o bacana seria ninguém entrasse no vagão (ou mesmo saísse dele) até que mãe e filho estivessem acomodados.
Mas todos nós, em diversos momentos do dia a dia, somos tomados por um egoísmo extremo que o “nosso” é sempre mais urgente, mais prioritário, mais importante que o de todos os outros.
Acima de ser uma pessoa com deficiência, penso eu, Lucas é uma criança e não existe nesse universo pressa e urgência maiores do que as de crianças.
A revolta da gente vale pouco se não nos policiamos para tentar ser diferente, agir diferente. E isso vale para os próprios ‘malacabados’ que muitas vezes se vitimizam ou supervalorizam suas necessidades para levar vantagem.
Pensar e analisar a realidade alheia na vida
cotidiana ajuda a construir mais cidadania, fortalece o espírito de humanidade e
evita que mais pessoas duram com um sabor amargo de injustiça na boca.
Esse comercial da AACD, que saiu do forno faz pouquinho tempo, também faz uma reflexão importante sobre como podemos tratar o outro como “invisível” (o tio já escreveu um bocado sobre isso, para ler uma história, clica no bozo
Em tempo: Antônia escreveu recentemente um livro em que conta sua experiência de ter tido um filho com paralisa cerebral. Chama-se “A trajetória de uma mãe especial - O milagre da vida”, da editora Nilobook. Veja link abaixo:
In: http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br/
Acessado dia 13.12.2011
06 dezembro 2011
Reportagem para o SIMPI - Produtos Assistivos
Quando recebemos o pedido de participar de um programa de
televisão, sempre ficamos honrados, mas preocupados.
Como em poucos minutos transmitir a complexidade do nosso
trabalho?
Principalmente, quando a pauta do programa, busca basicamente
incentivar os empresários das pequenas empresas?
Para nós, quase sempre, é importante mostrar nosso processo
de desenvolver, produzir e aplicar produtos assistivos.
Esse processo que está permeado de criatividade,
inventividade, com a contribuição de muitos profissionais nas diferentes áreas
de atuação e que envolve uma ausculta junto aos usuários, familiares,
terapeutas, clínicas, e que busca atender aos padrões de qualidade de produção
e acompanhamento.
Nosso Laboratório de Tecnologia Terapêutica gera recursos assistivos para a Educação, Saúde,
Lazer, Acessibilidade, contribuindo sobremaneira para a inclusão social e
cultural, e entende que esse vídeo não
aborda essas questões, mas entende também que é muito oportuno sempre veicular
informações sobre produtos assistivos e terapêuticos uma vez que ainda há muito
desconhecimento de todos os setores da sociedade nesse sentido.
Fica aqui então a reportagem, com a edição que o SIMPI,
julgou adequada.
02 dezembro 2011
Aprenda com seus erros para aprender melhor
Uma vez o famoso
físico Niels Bohr definiu um especialista como sendo “uma pessoa que cometeu
todos os erros que podem ser cometidos numa área muito pequena do conhecimento”.
Essa frase resume uma lição básica do processo de aprendizagem que nos ensina
que as pessoas aprendem a fazer o certo errando repetidas vezes.
A ciência tem demonstrado que a forma com a qual a pessoa reage aos seus erros, bem como o tipo de elogio que ela recebe após seu sucesso, afetam o seu processo de aprendizagem.
A ciência tem demonstrado que a forma com a qual a pessoa reage aos seus erros, bem como o tipo de elogio que ela recebe após seu sucesso, afetam o seu processo de aprendizagem.
Uma pesquisa recém publicada nos EUA procura responder uma pergunta muito simples: Por que algumas pessoas são muito mais efetivas em aprender com seus erros? Afinal de contas, todo mundo comete falhas, mas o mais importante é o que vem em seguida. Ignoramos a falha, deixando-a de lado em nome da nossa auto-confiança? Ou investigamos o erro, procurando aprender com a situação?
Utilizando equipamentos de eletro-encefalografia (EEG), os pesquisadores conseguiram medir dois tipos distintos de sinais emitidos pelo cérebro em reação a um erro. A primeira reação é chamada de negatividade relacionada ao erro, uma reação inevitável quando se comete uma falha. A segunda reação, conhecida como positividade ao erro, ocorre logo após a primeira e está associada à atentividade, quando prestamos atenção ao erro e tentamos aprender com ele.
Os pesquisadores buscaram entender como as crenças sobre aprendizagem podem influenciar esses sinais quase involuntários do cérebro. Para isso, eles utilizaram um conceito proposto por uma famosa psicóloga, Carol Dweck, em que as pessoas podem ser divididas entre as que possuem uma mentalidade fixa – aquelas que acreditam que têm uma certa quantidade de inteligência e não se pode fazer muito para mudá-la – e as que possuem uma mentalidade de crescimento – as que acreditam que se pode melhorar em quase tudo, desde que se invista o tempo e energia necessários.
Essa pesquisa confirmou que as pessoas que possuíam uma mentalidade de crescimento eram significativamente melhores em aprender com seus erros. E o interessante é que os dados de EEG mostraram que essas pessoas produziam um sinal de positividade ao erro muito maior (em quase três vezes), indicando atenção ampliada aos seus erros. Como esses indivíduos pensavam mais sobre em que erraram, eles aprendiam a acertar.
A pesquisa original de Dweck, publicada há mais de uma década, se mostrou revolucionária e trouxe importantes implicações práticas para a educação. Dentre os diversos estudos realizados por sua equipe, o que ficou mais famoso foi aquele em que os pesquisadores aplicavam um teste a uma criança e, ao final, apresentavam a nota junto com uma única frase de elogio à criança. Metade das crianças foi elogiada por sua inteligência: “Você deve ser muito inteligente nisso”. A outra metade foi elogiada por seu esforço: “Você deve ter se esforçado bastante”. As crianças depois eram solicitadas a escolher entre dois testes. A primeira opção era descrita como mais difícil, mas que aprenderiam mais ao tentar fazê-lo. A outra era um teste fácil, similar ao que acabaram de fazer.
Quando a pesquisadora estava planejando a experiência, ela esperava que os diferentes elogios tivessem um efeito apenas modesto, mas logo ficou claro que eles afetavam dramaticamente a escolha dos testes subsequentes. Das crianças elogiadas pelo seu esforço, quase 90% escolheu o teste mais difícil. Entretanto, das crianças elogiadas pela sua inteligência, a maioria optou pelo mais fácil. O que explica essa diferença? De acordo com Dweck, elogiando as crianças por sua inteligência as estimulamos a “parecer” inteligente, o que significa que elas não devem arriscar cometer um erro.
Outros cinco estudos foram realizados e comprovaram que as crianças elogiadas pelo seu esforço conseguiram aprender mais, pois passavam a encaram os erros como oportunidades de aprender e melhorar, enquanto que as elogiadas pelo desempenho passavam a encarar os erros como falta de habilidade.
Em geral, os estudos ilustram o importante papel que o elogio após um sucesso pode desempenhar na motivação posterior de crianças. Um elogio sincero pela inteligência, cuja intenção é inflar a satisfação, persistência e desempenho escolar de uma criança, não a prepara para lidar com reveses. Na verdade, foi demonstrado que esse tipo de elogio pode enfraquecer a motivação da criança quando ela for confrontada com um grande desafio mais tarde.
Portanto, a recomendação para os pais e educadores é que o elogio deve ser direcionado às estratégias e hábitos utilizados pela criança e não à sua habilidade. Dessa forma, as crianças serão estimuladas a não evitar os tipos de atividades de aprendizagem mais úteis, aqueles em que elas aprendem com seus erros. A não ser que experimentemos os desagradáveis sintomas de estarmos errados – aquela segunda reação do cérebro que nos torna mais atentos àquilo que queremos ignorar – nossa mente nunca irá revisar seus conceitos.
Tente você também experimentar algo novo e lembre-se de aprender com os seus erros.
In: http://www.cerebromelhor.com.br/novidades.asp?utm_source=Virtual+Target&utm_medium=email&utm_content=&utm_campaign=Newsletter_2011_33_cad&utm_term
Acessado em 02.12.2011
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