Viver até os 100 anos de idade ainda é um acontecimento
raro, mas está se tornando cada vez mais comum no mundo todo. No Brasil, esse
grupo já representa mais de 23.000 pessoas, segundo o Censo de 2010. Mas como
essas pessoas conseguem viver tanto? Pesquisas sugerem que boa parte da
resposta está nos genes dessas pessoas, porém descobriu-se recentemente que a
personalidade também é um fator importante da longevidade.
Se a personalidade é importante para a longevidade, será que
conseguimos mudar nossa personalidade? Existe uma crença comum de que “cachorro
velho não consegue aprender novos truques”, ou seja, uma vez que a
personalidade é formada no início da vida adulta, ela permanece inalterada ao
longo da vida. Mas um novo estudo desafia essa crença utilizando uma
intervenção cognitiva baseada em exercícios para o cérebro.
Vale explicar que a personalidade refere-se a um conjunto
estável de padrões comportamentais, bem como traços cognitivos, motivacionais,
sociais e emocionais, que são influenciados pelo histórico familiar,
predisposição genética, ambiente e fatores socioculturais.
A psicologia geralmente descreve a personalidade de uma
pessoa através de cinco fatores:
1.Neuroticismo: A escala global do Neuroticismo avalia a
adaptação vs. a instabilidade emocional. Identifica, por conseguinte,
indivíduos preocupados, nervosos, emocionalmente inseguros, com sentimentos de
incompetência, hipocondríacos, com tendência para a descompensação emocional, idéias
irrealistas, desejos e necessidades
excessivas e respostas de coping desadequadas..
2.Extroversão: Os extrovertidos são pessoas sociáveis, que para
além de apreciarem o convívio com os outros, com os grupos e as multidões, são
também afirmativos, otimistas, amantes da diversão, afetuosos, ativos e
conversadores.
3. Amabilidade: A
pessoa amável é, fundamentalmente, altruísta, de bons senti¬mentos,
benevo¬lente, digna de confiança, prestável, disposta a acreditar nos outros,
reta, inclinada a perdoar. É também simpática para com os outros e acredita,
por sua vez, que os outros serão igualmente simpáticos.
4.Conscienciosidade:
avalia o grau de organização, persistência e motivação pelo comportamento
orientado para um objetivo. Contrasta pessoas, que são de confiança e
escrupulosas, com as que são preguiçosas e descuidadas.
5.Abertura para o
novo. Os componentes da Abertura à Experiência são: a fantasia ou imaginação
ativa, a sensibilidade estética, a amplitude dos sentimentos, a abertura a idéias
ou a curiosidade intelectual e o juízo independente ou liberal.
Voltando ao estudo, os participantes que passaram pelo
programa de treinamento, com 16 semanas de duração, tiveram melhora nas suas
habilidades cognitivas. Além disso, os que apresentaram ganho nas habilidades
de raciocínio indutivo, também demonstraram um aumento moderado, porém
significativo, em abertura para o novo, um dos cinco fatores de personalidade.
Com esse resultado, esse estudo é um dos primeiros a demonstrar que traços de
personalidade podem mudar através de intervenções “não fármaco-psicológicas”.
Essa descoberta, apesar de ainda estar limitada a um traço
da personalidade, abre uma série de possibilidades interessantes, pois diversos
estudos já apontam que existem características de personalidade favoráveis à
boa saúde na terceira idade, bem como à longevidade. Inclusive, um estudo
recente conseguiu identificá-los de maneira mais completa, pois utilizou um
grupo mais homogêneo de pessoas.
A primeira característica é o que eles chamam de “atitude
positiva com relação à vida”, que consiste na pessoa ser otimista, fácil de
lidar, dar risada, gostar de sair e possuir uma rede social grande. Já a outra
característica foi batizada de “expressão emocional”, que é a capacidade da
pessoa expressar abertamente suas emoções, ao invés de represa-las.
Mas não basta ter longevidade sem qualidade de vida,
principalmente no que se refere à saúde mental. Por isso é que o Cérebro
Melhor, o primeiro programa online de treinamento cerebral do Brasil, defende
uma série de atitudes para promover o bem-estar de seus usuários, as quais
podem ser resumidas em: sono suficiente, alimentação adequada, controle do
estresse, exercícios físicos e estímulo cognitivo.”
In: http://www.cerebromelhor.com.br/novidades.asp,
Acessado em 22.11.2012
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