22 novembro 2012

“MUDE SUA PERSONALIDADE E VIVA MAIS”




 
Viver até os 100 anos de idade ainda é um acontecimento raro, mas está se tornando cada vez mais comum no mundo todo. No Brasil, esse grupo já representa mais de 23.000 pessoas, segundo o Censo de 2010. Mas como essas pessoas conseguem viver tanto? Pesquisas sugerem que boa parte da resposta está nos genes dessas pessoas, porém descobriu-se recentemente que a personalidade também é um fator importante da longevidade. 

 

Se a personalidade é importante para a longevidade, será que conseguimos mudar nossa personalidade? Existe uma crença comum de que “cachorro velho não consegue aprender novos truques”, ou seja, uma vez que a personalidade é formada no início da vida adulta, ela permanece inalterada ao longo da vida. Mas um novo estudo desafia essa crença utilizando uma intervenção cognitiva baseada em exercícios para o cérebro.

 Pesquisadores desenvolveram um programa de treinamento para melhorar a capacidade de raciocínio em idosos que consistia em uma série de desafios que eles podiam fazer em casa. Os idosos possuíam entre 60 e 94 anos de idade e completavam os desafios cada um no seu ritmo, porém o nível de dificuldade individual aumentava a cada semana. Cada participante passou por um teste de habilidades cognitivas (como memória, atenção, raciocínio lógico etc.) e de traços de personalidade, antes, durante e depois do programa de treinamento.


Vale explicar que a personalidade refere-se a um conjunto estável de padrões comportamentais, bem como traços cognitivos, motivacionais, sociais e emocionais, que são influenciados pelo histórico familiar, predisposição genética, ambiente e fatores socioculturais.

A psicologia geralmente descreve a personalidade de uma pessoa através de cinco fatores:

1.Neuroticismo:  A escala global do Neuroticismo avalia a adaptação vs. a instabilidade emocional. Identifica, por conseguinte, indivíduos preocupados, nervosos, emocionalmente inseguros, com sentimentos de incompetência, hipocondríacos, com tendência para a descompensação emocional, idéias  irrealistas, desejos e necessidades excessivas e respostas de coping desadequadas..

2.Extroversão: Os extrovertidos são pessoas sociáveis, que para além de apreciarem o convívio com os outros, com os grupos e as multidões, são também afirmativos, otimistas, amantes da diversão, afetuosos, ativos e conversadores.

3. Amabilidade: A pessoa amável é, fundamentalmente, altruísta, de bons senti¬mentos, benevo¬lente, digna de confiança, prestável, disposta a acreditar nos outros, reta, inclinada a perdoar. É também simpática para com os outros e acredita, por sua vez, que os outros serão igualmente simpáticos.

4.Conscienciosidade: avalia o grau de organização, persistência e motivação pelo comportamento orientado para um objetivo. Contrasta pessoas, que são de confiança e escrupulosas, com as que são preguiçosas e descuidadas.

5.Abertura para o novo. Os componentes da Abertura à Experiência são: a fantasia ou imaginação ativa, a sensibilidade estética, a amplitude dos sentimentos, a abertura a idéias ou a curiosidade intelectual e o juízo independente ou liberal.

Voltando ao estudo, os participantes que passaram pelo programa de treinamento, com 16 semanas de duração, tiveram melhora nas suas habilidades cognitivas. Além disso, os que apresentaram ganho nas habilidades de raciocínio indutivo, também demonstraram um aumento moderado, porém significativo, em abertura para o novo, um dos cinco fatores de personalidade. Com esse resultado, esse estudo é um dos primeiros a demonstrar que traços de personalidade podem mudar através de intervenções “não fármaco-psicológicas”.


Essa descoberta, apesar de ainda estar limitada a um traço da personalidade, abre uma série de possibilidades interessantes, pois diversos estudos já apontam que existem características de personalidade favoráveis à boa saúde na terceira idade, bem como à longevidade. Inclusive, um estudo recente conseguiu identificá-los de maneira mais completa, pois utilizou um grupo mais homogêneo de pessoas.

 A pesquisa contou com mais de 243 centenários, com idade média de 97,6 anos, dentre um grupo de judeus do Leste Europeu. Após analisar os aspectos de personalidade desse grupo, os pesquisadores verificaram que os centenários compartilham certos traços de personalidade que estão associados à longevidade, os quais foram resumidos em duas características.
 
A primeira característica é o que eles chamam de “atitude positiva com relação à vida”, que consiste na pessoa ser otimista, fácil de lidar, dar risada, gostar de sair e possuir uma rede social grande. Já a outra característica foi batizada de “expressão emocional”, que é a capacidade da pessoa expressar abertamente suas emoções, ao invés de represa-las.

 

Mas não basta ter longevidade sem qualidade de vida, principalmente no que se refere à saúde mental. Por isso é que o Cérebro Melhor, o primeiro programa online de treinamento cerebral do Brasil, defende uma série de atitudes para promover o bem-estar de seus usuários, as quais podem ser resumidas em: sono suficiente, alimentação adequada, controle do estresse, exercícios físicos e estímulo cognitivo.”



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