“O analfabetismo emocional torna complicado o relacionamento interpessoal...
(Da assessoria)
(foto: divulgação)
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Brasil - Um novo distúrbio tem chamado atenção: o “Cérebro de pipoca”, responsável por causar alterações químicas cerebrais e fazer com que suas vítimas passem a ter dificuldade de se concentrar em apenas um assunto e a lidar com coisas simples do cotidiano, como ler um livro, conversar com alguém sem interrupção ou dirigir sem falar ao celular. Esse novo fenômeno é atribuído ao movimento caótico e constante de informações e ao fato das pessoas passarem muito tempo conectadas por dia e a tocarem muitas tarefas ao mesmo tempo.
Para o psicólogo clínico e doutor em Neurociência e Comportamento pela USP, Julio Peres, o veloz mundo contemporâneo fornece poucos valores essenciais à vida em equilíbrio; enquanto, novas “necessidades” são artificialmente criadas a cada dia, imbuídas da falsa promessa de bem-estar. “Incentiva-se a pressa, a praticidade e o consumo imediato dos bens que, supostamente, aplacariam a angústia e a ausência de sentido para a existência. Assim, grande parte dos relacionamentos ocorre pela oferta dos meios ágeis de comunicação, que favorecem interface superficial com grande número de pessoas (redes de relacionamento via Internet), incitando contatos por interesse em vantagens imediatas e relações também descartáveis”, afirma.
E o resultado desse distúrbio, por causa da falta de foco, é o analfabetismo emocional, ou seja, a dificuldade de ler as emoções no rosto, na postura ou na voz dos indivíduos, tornando complicado o relacionamento interpessoal. E, segundo pesquisas, quem faz muitas coisas ao mesmo tempo tem mais dificuldade de concentração e de excluir as informações irrelevantes, além de sofrer mais de estresse.
“Hoje, as pessoas são ‘coisificadas’ sucessivamente como produtos, ao passo que os vínculos afetivos se tornam cada vez mais frágeis. Os indivíduos mudam de uma relação para outra repetindo os mesmos erros, reclamando dos mesmos problemas, perdendo oportunidades preciosas de desenvolvimento pessoal porque possuem mais dificuldade para lidar com as emoções. O que vemos, infelizmente, é um número crescente de pessoas que começam e terminam relações de forma virtual, evitando o enfrentamento dos sentimentos”, ressalta Julio Peres.
Curriculum Julio Peres
Professor titular de Psicotraumatologia Clínica – Hospital Perola Byington, Doutor em Neurociências e Comportamento pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e Psicólogo clínico. Fez Pós-doutorado no Center for Spirituality and the Mind, University of Pennsylvania e na Radiologia Clínica/Diagnóstico de Imagem pela UNIFESP. Autor dos dois únicos estudos Brasileiros que investigaram os efeitos neurobiológicos da psicoterapia através da neuroimagem funcional (Psychological Medicine 2007 e Journal of Psychiatric Research 2011). Possui artigos científicos publicados sobre trauma psicológico, psicoterapia, resiliência, espiritualidade e superação. Pesquisador do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (PROSER) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo. Autor do livro “Trauma e Superação: o que a Psicologia, a Neurociência e a Espiritualidade ensinam” editora ROCA. www.julioperes.com.br
(Danielle Flöter)
Para o psicólogo clínico e doutor em Neurociência e Comportamento pela USP, Julio Peres, o veloz mundo contemporâneo fornece poucos valores essenciais à vida em equilíbrio; enquanto, novas “necessidades” são artificialmente criadas a cada dia, imbuídas da falsa promessa de bem-estar. “Incentiva-se a pressa, a praticidade e o consumo imediato dos bens que, supostamente, aplacariam a angústia e a ausência de sentido para a existência. Assim, grande parte dos relacionamentos ocorre pela oferta dos meios ágeis de comunicação, que favorecem interface superficial com grande número de pessoas (redes de relacionamento via Internet), incitando contatos por interesse em vantagens imediatas e relações também descartáveis”, afirma.
E o resultado desse distúrbio, por causa da falta de foco, é o analfabetismo emocional, ou seja, a dificuldade de ler as emoções no rosto, na postura ou na voz dos indivíduos, tornando complicado o relacionamento interpessoal. E, segundo pesquisas, quem faz muitas coisas ao mesmo tempo tem mais dificuldade de concentração e de excluir as informações irrelevantes, além de sofrer mais de estresse.
“Hoje, as pessoas são ‘coisificadas’ sucessivamente como produtos, ao passo que os vínculos afetivos se tornam cada vez mais frágeis. Os indivíduos mudam de uma relação para outra repetindo os mesmos erros, reclamando dos mesmos problemas, perdendo oportunidades preciosas de desenvolvimento pessoal porque possuem mais dificuldade para lidar com as emoções. O que vemos, infelizmente, é um número crescente de pessoas que começam e terminam relações de forma virtual, evitando o enfrentamento dos sentimentos”, ressalta Julio Peres.
Curriculum Julio Peres
Professor titular de Psicotraumatologia Clínica – Hospital Perola Byington, Doutor em Neurociências e Comportamento pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e Psicólogo clínico. Fez Pós-doutorado no Center for Spirituality and the Mind, University of Pennsylvania e na Radiologia Clínica/Diagnóstico de Imagem pela UNIFESP. Autor dos dois únicos estudos Brasileiros que investigaram os efeitos neurobiológicos da psicoterapia através da neuroimagem funcional (Psychological Medicine 2007 e Journal of Psychiatric Research 2011). Possui artigos científicos publicados sobre trauma psicológico, psicoterapia, resiliência, espiritualidade e superação. Pesquisador do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (PROSER) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo. Autor do livro “Trauma e Superação: o que a Psicologia, a Neurociência e a Espiritualidade ensinam” editora ROCA. www.julioperes.com.br
(Danielle Flöter)
Acessado dia 29.11.2011 as 15.44
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