Redação do Diário da Saúde
Leitura da mente
Cientistas têm relatado avanços seguidos em uma área que dificilmente escapa da descrição de leitura da mente.
Alguns experimentos já saíram dos hospitais, sendo utilizados até para permitir que um motorista freasse um carro sem tomar nenhuma ação motora.
Agora, uma equipe da Universidade de Maastricht, na Holanda, usou a técnica para fazer com que uma pessoa totalmente paralisada fisicamente se comunicasse usando apenas o cérebro.
Eles criaram um "sintetizador de pensamentos".
In:http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=sintetizador-de-pensamentos&id=7930&nl=sit Acessado em 07 de julho de 2012
Leitura da mente
Cientistas têm relatado avanços seguidos em uma área que dificilmente escapa da descrição de leitura da mente.
Alguns experimentos já saíram dos hospitais, sendo utilizados até para permitir que um motorista freasse um carro sem tomar nenhuma ação motora.
Agora, uma equipe da Universidade de Maastricht, na Holanda, usou a técnica para fazer com que uma pessoa totalmente paralisada fisicamente se comunicasse usando apenas o cérebro.
Eles criaram um "sintetizador de pensamentos".
Comunicação mental
Bettina Sorger e seus colegas partiram
dos resultados obtidos pela equipe de Adrian Owen, que estabeleceu uma
comunicação mental com um paciente em estado vegetativo em 2010.
"O trabalho de Owen me fez pensar
se seria possível usar fMRI, tarefas mentais e um aparato experimental
adequadamente projetado para codificar livremente os pensamentos, letra por
letra," disse Bettina.
fMRI, ou imageamento por ressonância
magnética funcional, é uma técnica usada para acompanhar o que está acontecendo
no cérebro por meio do rastreamento do fluxo sanguíneo para as diversas partes
do órgão.
E deu certo.
Não se trata de leitura da mente, no sentido de que uma
máquina estaria lendo os pensamentos, mas de uma leitura do cérebro e dos seus
padrões de ativação. [Imagem: Cell Press]
Leitura do cérebro
Os pacientes aprenderam a gerar
diversos padrões, correspondentes às diversas letras e a uma barra de espaço.
Ou seja, é como se os pacientes
"digitassem mentalmente" seus pensamentos.
Para cada letra, os participantes
precisam executar uma tarefa mental diferente por um determinado período de
tempo.
As tarefas - que incluem falar consigo
mesmo, imaginar um movimento e fazer um cálculo mental - foram escolhidas
porque é possível identificá-las com precisão no exame de fMRI. Hoje ainda não
é possível, por exemplo, identificar quando a pessoa pensa em um "A"
ou em "B".
As três tarefas foram combinadas com durações
de cada tarefa e com a demora para iniciar a execução de cada uma delas. Assim,
3 tarefas, com 3 durações diferentes, iniciadas em três tempos diferentes,
perfazem 27 possibilidades: as 26 letras mais o espaço.
Não se trata, portanto, a rigor, de leitura
da mente, no sentido de que uma máquina estaria lendo os pensamentos, mas de
uma leitura do cérebro: o paciente deve executar, intencionalmente, tarefas
mentais que o exame de fMRI decodifica como sendo cada uma das letras.
Sintetizador de
pensamentos
A técnica ainda é incrivelmente lenta:
leva cerca de uma hora para uma "conversa" consistindo de duas
perguntas e duas respostas.
Mas o avanço é significativo em relação
à "comunicação de múltipla escolha" feita até agora, quando os
pacientes apenas podiam marcar sim ou não a perguntas que lhes eram feitas.
Agora o paciente pode se comunicar
livremente, mostrando sua mensagem letra por letra.
Isto pode fazer toda a diferença para
pessoas completamente paralisadas, que não conseguem se beneficiar de outras
técnicas de comunicação.
Prática
Os cientistas sabem que é pouco prático
usar a fMRI para conversar com os pacientes, uma vez que estes são equipamentos
caríssimos e enormes, e que estão disponíveis apenas em alguns poucos centros
médicos.
Por isso, a Dra. Bettina afirma que,
agora que se demonstrou que a técnica funciona, ela e seus colegas vão tentar
executá-la com equipamentos e exames mais simples, como a espectroscopia
funcional no infravermelho próximo (fNIRS).
In:http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=sintetizador-de-pensamentos&id=7930&nl=sit Acessado em 07 de julho de 2012
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