28 março 2011

INTERFACE CÉREBRO-COMPUTADOR


O primeiro chip neural implantado em voluntários humanos para um teste clínico acaba de completar 1.000 dias em perfeito funcionamento.
O BrainGate (portal para o cérebro, em tradução livre) está implantado em uma mulher com tetraplegia e, desde então, permite que a paciente controle um cursor na tela do computador usando apenas o pensamento.
Este é um marco importante para as interfaces cérebro-computador porque os primeiros experimentos sofriam rejeição logo após o implante – o organismo criava uma espécie de cicatriz que impedia que os eletrodos coletassem as informações do cérebro.
Controle do computador pelo pensamento
Para testar o funcionamento continuado do aparelho e estabelecer com segurança a marca dos 1.000 dias, os médicos do MIT e da Universidade Brown, nos Estados Unidos, responsáveis pelo experimento, submeteram a paciente a um teste com duração de cinco dias.
Os resultados bem-sucedidos foram publicados nesta quinta-feira no Journal of Neural Engineering.
“Essa prova de conceito – que, após 1.000 dias uma mulher que não tem nenhum uso funcional de seus membros e é incapaz de falar, pode controlar com confiabilidade um cursor na tela de um computador usando apenas a intenção do movimento da mão – é um marco importante para o campo,” disse o Dr. Leigh Hochberg.
A mulher, identificada no artigo científico apenas como S3, realizou tarefas de apontar e clicar – para isso, ela precisava apenas imaginar que sua mão está se estendendo e movendo o cursor.
A média de precisão foi superior a 90 por cento. Alguns alvos na tela eram do tamanho de ícones de programas comuns de computador.
“Nosso objetivo com a interface neural é alcançar o nível de desempenho de uma pessoa sem deficiência usando um mouse”, disse o principal autor do relatório, Simeral John.
BrainGate
Em desenvolvimento desde 2002, o sistema BrainGate é uma combinação de hardware e software que detecta diretamente no cérebro sinais elétricos produzidos pelos neurônios que controlam o movimento.
O aparelho decodifica esses sinais e os traduz em instruções digitais que são passadas ao computador.
O BrainGate está sendo avaliado em sua capacidade de dar às pessoas com paralisia o controle de dispositivos externos, tais como computadores, dispositivos de assistência robótica ou cadeiras de rodas.
A equipe também está envolvida em outra pesquisa para o controle de próteses avançadas e para o controle intracortical direto de aparelhos de eletroestimulação funcional para pessoas com lesão na medula.

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