Postado
por Vera Garcia
http://www.deficienteciente.com.br/2012/03/o-que-ensinar-a-seus-filhos-sobre-criancas-especiais.html
http://www.deficienteciente.com.br/2012/03/o-que-ensinar-a-seus-filhos-sobre-criancas-especiais.html
Ellen Seidman, do blog “Love That Max”; mãe do Max, que tem paralisia
cerebral
"Caro leitor,
A matéria abaixo foi extraída do site Inclusive – Inclusão e Cidadania. O texto foi traduzido por Andréa Werner, do blog “Lagarta Vira Pupa”.
O título original traduzido é “O que ensinar a seus filhos sobre crianças especiais”.
A matéria abaixo foi extraída do site Inclusive – Inclusão e Cidadania. O texto foi traduzido por Andréa Werner, do blog “Lagarta Vira Pupa”.
O título original traduzido é “O que ensinar a seus filhos sobre crianças especiais”.
"Eu cresci sem conhecer nenhuma outra criança com necessidades especiais* além do Adam, um visitante frequente do resort ao qual nossas famílias iam todos os verões. Ele tinha deficiência cognitiva. As crianças zombavam dele. Fico envergonhada de admitir que eu zombei também; meus pais não faziam idéia. Eles eram pais maravilhosos, mas nunca pensaram em ter uma conversa comigo sobre crianças com necessidades especiais.
E, então, eu tive meu filho Max; ele teve um AVC no nascimento que levou
à paralisia cerebral. De repente, eu tinha
uma criança para quem outras crianças olhavam e cochichavam a respeito. E eu
desejei tanto que seus pais falassem com elas sobre crianças com necessidades
especiais.
Já que ninguém recebe um “manual de instruções da paternidade”, algumas
vezes, pais e mães não sabem muito o que dizer. Eu entendo totalmente; se eu
não tivesse um filho especial, eu também me sentiria meio perdida. Então, eu
procurei mães de crianças com autismo, paralisia cerebral, síndrome de down e
doenças genéticas para ouvir o que elas gostariam que os pais ensinassem a seus
filhos sobre os nossos filhos. Considere como um guia, não a bíblia!"
Pra começar, não tenha pena de mim
“Sim, algumas vezes, eu tenho um monte de coisas pra lidar — mas o que
eu não tenho é uma tragédia. Meu filho é um menino brilhante, engraçado e
incrível que me traz muita alegria e que me enlouquece às vezes. Você sabe,
como qualquer criança. Se você tiver pena de mim, seu filho vai ter também. Aja
como você agiria perto de qualquer outro pai ou mãe. Aja como você agiria perto
de qualquer criança.”
Shannon Wells, do blog “Cerebral Palsy Baby”; mãe da Darsie, que tem
paralisia cerebral
Ensine seus filhos a não sentir pena dos nossos
“Quando a Darsie vê crianças (e adultos!) olhando e encarando, ela fica
incomodada. Minha filha não se sente mal por ser quem ela é. Ela não se importa
com o aparelho em seu pé. Ela não tem autopiedade. Ela é uma ótima garota que
ama tudo, de cavalos a livros. Ela é uma criança que quer ser tratada como
qualquer outra criança—independente dela mancar. Nossa família celebra
as diferenças ao invés de lamentá-las, então nós te convidamos a fazer o
mesmo.”
Michelle, do blog “Big Blueberry Eyes”; mãe da Kayla, que tem Síndrome
de Down
Use o que eles tem em comum
“Vai chegar uma hora em que o seu filhinho vai começar a te fazer
perguntas sobre por que a cor de uma pessoa é aquela, ou por que aquele homem é
tão grande, ou aquela moça é tão pequena. Quando você estiver explicando a ele
que todas as pessoas são diferentes e que nós não somos todos feitos do mesmo
jeito, mencione pessoas com deficiências também. Mas tenha o cuidado de falar
sobre as similaridades também—que uma criança na cadeira de
rodas também gosta de ouvir música, e ver TV, e de se divertir, e de fazer
amigos. Ensine aos seus filhos que as crianças com deficiências são mais
parecidas com eles do que são diferentes.”( Michelle, mãe da Kayla, que
tem Síndrome de Down )
Jana Banin, do blog “I Hate
Your Kids (And Other Things Autism Parents Won’t Say Out Loud)”; mãe de
Benjamin, que é autista
Ensine as crianças a entender que há várias formas de se expressar
“Meu filho Bejjamin faz barulhos altos e bem agudos quando ele está
animado. Algumas vezes, ele pula pra cima e pra baixo e sacode os braços
também. Diga aos seus filhos que a razão pela qual crianças autistas ou com
outras necessidades especiais fazem isso é porque elas tem dificuldades pra
falar, e é assim que elas se expressam quando estão felizes, frustradas ou,
algumas vezes, até mesmo por alguma coisa que estão sentindo em seus corpos.
Quando Benjamim faz barulhos, isso pode chamar a atenção, especialmente se
estamos em um restaurante ou cinema. Então, é importante saber que ele não
pode, sempre, evitar isso. E que isso é, normalmente, um sinal de que ele está
se divertindo”(Jana Banin, mãe de Benjamin, que é autista).
Holly Robinson Peete, fundadora (com o marido Rodney Peete) da Hollyrod
Roundation; mãe de R.J que é autista
Saiba que fazer amizade com uma criança especial é bom para as duas
crianças
“Em 2000, quando meu filho foi diagnosticado com autismo, eu tive muita
dificuldade em arrumar amiguinhos para brincar com ele. Vários pais se
assustaram, a maior parte por medo e desconhecimento. Fiquei sabendo que uma
mãe tinha medo do autismo do meu filho ser “contagioso”. Ui. Treze anos mais
tarde, sou tão abençoada por ter por perto várias famílias que acolheram meu
filho de uma forma que foi tão benéfica para o seu desenvolvimento social. Fico
arrepiada de pensar nisso. A melhor coisa
que já ouvi de uma mãe foi o quanto a amizade com o meu filho foi importante
para o filho dela! Que a sua proximidade com o RJ fez dele uma pessoa melhor!
Foi uma coisa tão bonita de se dizer. Quando tivemos o diagnóstico, ouvimos que
ele nunca teria amigos. Os amigos que ele tem, agora, adorariam discordar.
Foram os pais deles que facilitaram essa amizade e, por isso, serei eternamente
grata” ( Holly Robinson Peete ), mãe do RJ, que é
autista).
Katy Monot, do blog “Bird
On The Street”; mãe do Charlie, que tem paralisia cerebral.
Encoraje seu filho a dizer “oi”
“Se você pegar seu filho olhando pro meu, não fique chateada — você só
deve se preocupar se ele estiver sendo rude, mas crianças costumar reparar umas
nas outras. Sim, apontar, obviamente, não é super educado,
e se seu filho apontar para uma criança com necessidades especiais, você deve
dizer a ele que isso é indelicado. Mas quando você vir seu filho olhando para o
meu, diga a ele que a melhor coisa a fazer é sorrir pra ele ou dizer “oi”. Se
você quiser ir mais fundo no assunto, diga a ele que crianças com necessidades
especiais nem sempre respondem da forma como a gente espera, mas, ainda assim,
é importante tratá-las como tratamos as outras pessoas” (Katy Monot, mãe do
Charlie, que tem paralisia cerebral).
Lisa Quinones-Fontanez, do blog “Autism Wonderland”; mãe do Norrin, que
é autista
Encoraje as crianças a continuar falando
“As crianças sempre se perguntam se o Norrin pode falar, especialmente
quando ele faz seu “barulhinho alto corriqueiro”. Explique ao seu filho que é
normal se aproximar de outra criança que soa um pouco diferente. Algumas
crianças podem não conseguir responder tão rápido, mas isso não significa que
elas não tem nada a dizer. Peça ao seu filho para pensar no seu filme favorito,
lugar ou livro—há grandes chances da outra criança gostar disso também. E a
única forma dele descobrir isso é perguntando, da mesma forma que faria com
qualquer outra criança.”
Kimberly Easterling, do blog “Driving With No Hands”; mãe do William e
da Mary, ambos com Síndrome de Down
Dê explicações simples
“Algumas vezes, eu penso que nós, pais, tendemos a complicar as coisas.
Usando alguma coisa que seus filhos já conhecem, algo que faça sentido pra
eles, você faz com que a “necessidade especial” se torne algo pessoal e fácil
de entender. Eu captei isso uns anos atrás, quando meu priminho me perguntou
“por que o William se comunicava de forma tão diferente dele e de seus irmãos”.
Quando eu respondi que ele simplesmente nasceu assim, a resposta dele pegou no
ponto: “Ah, assim como eu nasci com alergias”. Ele sabia como era viver com
algo que se tem e gerenciar isso para viver diariamente. Se eu tivesse dito a
ele que os músculos da boca de William tem dificuldade em formar palavras, o
conceito teria se perdido na cabeça dele. Mas alergia fazia sentido pra ele.
Simplicidade é a chave” (Kimberly Easterling, mãe do William e da Mary, ambos
com Síndrome de Down).
Debbie Smith, do blog “Finding Normal”; mãe de Addison, que tem
Trissomina 9
Ensine respeito às crianças com seus próprios atos
“Crianças aprendem mais com suas ações que com suas palavras. Diga “oi”
para a minha filha. Não tenha medo ou fique nervosa perto dela. Nós realmente
não somos tão diferentes de vocês. Trate minha filha como trataria qualquer
outra criança (e ganhe um bônus se fizer um comentário sobre o lindo cabelo
dela!). Se tiver uma pergunta, faça. Fale para o seu filho sobre como todo
mundo é bom em coisas diferentes, e como todo mundo tem dificuldades a
trabalhar. Se todo o resto falhar, cite a frase do irmão de Addison: “bem, todo
mundo é diferente!” (Debbie Smith, do blog “Finding Normal”; mãe de Addison, que tem Trissomina 9).
Jennifer Byde Myers, dos
blogs “Into The Woods” e “The Thinking Person’s Guide To Autism”; mãe do Jack,
que tem autismo e paralisia cerebral
Ajude as crianças a ver que, mesmo crianças que não falam, entendem
“Nós estávamos andando pelo playground e a coleguinha da minha filha não
parava de encarar o meu filho, que é autista e tem paralisia cerebral. Minha
filha chamou a atenção da colega rapidinho: “Você pode dizer “oi” pro meu
irmão, você sabe. Só porque ele não fala, não significa que ele não ouve você”.
Jack não costuma falar muito, mas ele ouve tudo ao redor dele. Ensine aos seus
filhos que eles devem sempre assumir que crianças especiais entendem o que está
sendo dito, mesmo sem poderem falar. É por isso que eles não vão dizer “o que
ele tem de errado?”, mas poderão até dizer “Como vai?”.”(Jennifer Byde Myers,
mãe do Jack, que tem autismo e paralisia cerebral).
Sarah Myers, do blog “Sarah & Joe (And Charlie Too!)”; mãe do
Charlie, que tem paralisia cerebral
Inicie uma conversa
“Nós estávamos no children’s museum e um garotinho não parava de olhar
para Charlie com seu andador, e a mãe dele sussurrou em seu ouvido para não
encarar porque isso era indelicado. Ao invés disso, eu adoraria que ela tivesse
dito “esse é um andador muito interessante, você gostaria de perguntar ao
garotinho e à sua mãe mais a respeito dele?”.”(Sarah Myers, mãe do Charlie, que
tem paralisia cerebral).
Dana Nieder, do blog “Uncommon Sense”; mãe da Maya, que tem uma síndrome
genética não diagnosticada
Não se preocupe com o constrangimento
“Vamos combinar de não entrar em pânico caso seu filho diga algo
embaraçoso. Você sabe, tipo se nós estivermos na fila do Starbucks e o seu
filho olhar para a Maya e pra mim e disser algo como “Eca! Por que ela está
babando?” ou “Você é mais gorda que a minha mãe”. Embora esses não sejam
exemplos ideais de início de conversa, eles mostram que o seu filho está
interessado e curioso o suficiente para fazer contato e perguntar. Por favor,
não gagueje um “mil desculpas” e arraste seu filho pra longe. Vá em frente e
diga baixinho o pedido de desculpas, se você precisar, mas deixe-me aproveitar
a oportunidade: vou explicar a parte da baba e apresentar Maya e contar da
paixão dela por crocodilos, e você pode ser a coadjuvante no processo, dizendo
“lembra quando nós vimos crocodilos no zoológico?” ou coisa parecida. Quando
chegarmos ao caixa, o constrangimento vai ter passado, Maya terá curtido
conhecer alguém novo, e eu terei esperanças de que seu filho conseguiu ver Maya
como uma criança divertida, ao invés de uma “criança que baba”. (E eu irei
simplesmente fingir que não ouvi a parte do “mais gorda que a minha
mãe”).”(Dana Nieder,mãe de Maya, que tem uma síndrome genética não
diagnosticada).
Texto original em inglês:
http://blogs.babble.com/babble-voices/ellen-seidman-1000-perplexing-things-about-parenthood/2012/02/29/what-to-teach-your-children-about-kids-with-special-needs/
*criança com deficiência
In: http://futurotaqui.blogspot.com.br/2013/05/o-que-ensinar-seus-filhos-sobre.html?spref=fb acessado dia 14.05.2013.
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